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Mostrando postagens de 2021

Árvore morta

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  Se pelo fruto se conhece a árvore... Não há nada em mim que adore.  A vida verde desbotada Ficou apática e dilacerada.  O vento me abraça em seus delírios... Diz para eu ter folhas coloridas Mas as minhas folhas são verdes opacas. Normais e não tão bonitas. Na verdade o vento sempre sussurra... Que meu tronco descama... Que ao seu percurso sou tortura. Não  segue o caminho ou procura. Pelo fruto se conhece a árvore... Então eu não tenho identidade.  ,

A mentira aceita

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Como alguém que abre a ferida  Que agora não mais cicatriza... Leio as mensagens antigas. Por que aceitei essas mentiras? Contei cada boa noite e bom dia Reli cada tempo de resposta  Revi cada linha. Foi um erro de proposta. Uma fadiga.  Vi eu sendo o cuidador descuidado Fui um tolo descaulculado  Por que acreditei ser amado? E foram tantos pedidos... Mas nenhum desejo realizado. Sobrou corpo feio marcado Cheio de dor num fim inacabado.  Mentira fere. Corta. Palavras grosseiras rasgam. Mas o que finaliza... É a troca não revelada É a traição. Alguns pedem desculpas  Outros dizem: Não foi minha intenção.     

Partida

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 E aqui estou,no mesmo lugar de partida... Onde parti sonhos ao meio porque não  podia carregar. Onde parti vaidade por muito me pesar. Onde parti porque me mandaram... Parti de outros pois me expulsaram. Então assim eu me parti. E hoje especificamente estou partindo o corpo... Estou cortando os braços  do meu coração... Por ódio, por raiva,por dor... Fui minha única traição.  Traí meu amor próprio... Aceitei meu inaceitável... Antes vidro...Agora descartável.  Estou fazendo cortes profundos... Vendo meu sangue escorrer pelos braços... Só quero acabar com a raiz de minha tolice! Estou sangrando por dentro Vazia de crendice... Aqui estou... Alma deitada, Corpo rejeitado, Sentimentos abafados no travesseiro... Mas amanhã de manhã serei riso... Colado com cuspe na cara de devaneio.

O que eu quero

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Eu quero saúde... Do tipo andar,correr,nadar,pular,ver... Eu quero algo simples: Você me ama e eu amo você.  Eu quero frases livres... Com emoções espontâneas sem direção.  Quero mais pureza: Intenção.  Real.Clateza. Eu quero doce lembrar... Do tipo que não dói recordar. Eu quero ter fome seguida de comida. Vontade suprida. Eu quero pedidos: De desculpa. De ajuda. De delírios... Eu quero um lugar. Do tipo em que eu possa ficar. Eu quero querer viver... Acordar, dormir,sonhar o amanhecer... Eu quero ser uma árvore. Do tipo que dá frutos. Para que quando caírem no solo... Sejam meus futuros . Eu quero  pelo meu suor o preço... Suor do meu trabalho  que  acho que mereço... Orgulho, utilidade e dinheiro.  Eu quero cantar o que sinto... Do tipo melódico e suavidade.  Eu quero subir a voz em hino  Descer notas em dramaticidade. Eu quero curvar a curva. Alongar ao limite o corpo. Eu quero ser ternura. Quero ser de outro. Mas não importa o que eu quero Não é  minha resposta divina. Depois de t

O meu lugar

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A primeira vez que eu a quis: Será que é tão doce ao aparentar? A segunda vez: Preciso de alguma forma comprar! A terceira vez: Nem é tão cara assim! Só preciso fingir, Primeiro preciso mostrar que sou feliz... A quarta vez: Já descobri como vou comprar! Nem preciso muito gastar! Algumas poucas moedas... Em grande quantidade me virá. A primeira prova: Parece realmente doce... Mesmo pelo muito mastigar. Então me pergunto: Até quando esse doce vai durar? A segunda prova: Ela é macia! Cor rosa natural... A terceira prova: Parece que a textura muda... Pelo processo talvez ,sem dúvida! Ela ficou mais áspera... E a cor ...Desbotada. Foi bom. Duração reprovada. Só  embalagem... Perda de tempo com saldo engano. O que poderia fazer? Nem caminho para jogá-la no lixo! Vou dar a ela seu último abrigo: Debaixo da mesa: Coisa sem cor e deformada... A quem interessa? Não tem valor e nada... Escondida e pedreficada.

Não semeadores

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 Dizem que os pássaros são semeadores... Mas nem todos semeiam. Do grupo que não semeia... Não conhece a beleza, perfumes ou frutos. Então por que vivem? Qual o pássaro vive sem semear? Pois esse tal grupo... Nem bem,nem mal podem repassar. Suas patas são lisas E nada nelas há  de segurar... Nem mesmo alimento necessário... Pobre grupo que não é admirado.  Um ser sem beleza,proeza nem destreza? Então por que vivem?  Por gentileza? Um dia um desse grupo foi pego Numa rede de proteção de uma janela. Uma de suas imprestáveis patas estava presa! Passando o desespero e sua sequela... De cabeça para baixo... Nenhum som,nenhum piu... Parado esperando a morte Que já na mente se inseriu. E o porquê ele nem queria mais Mas sabia com certeza: Sou o pássaro tanto faz.

A sorte de nossa força

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  Eu não sobrevivi aos piores dias, me dopei. Jamais superei a ausência daqueles que eram essenciais, Em galho em galho pulei: Pulei no galho da dor, depois no da ira, escorreguei e voltei para o galho da ira. Caí no chão sem saber se podia. Eu não sobrevivi as decepções... Eu fui marcada por elas... Cravaram em meu peito graves sequelas. Minha capacidade  de amar está instável.  Minhas doações de afeto me deixaram pobre de mim... Estou devendo a minha auto estima, Odiando em mim a adulta e a menina. Não vejo qualquer beleza nos frutos que colho... Tenho perante mim muitos erros que sempre escolho. Cada insistência inbecil minha... É uma desistência que se aproxima.  E não. Eu não quero prosseguir. Quero fugir voando alto... Pois se caminhar.... Erro fatal: eu acusador de mim,culpado!

Nosso Lar

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 Quando a primeira faísca da raiva desceu como sequela de pranto ardeu... A engelecer a certeza, esfarelando calma e destreza. Os pés se afastaram galoparam pela trilha do medo... E ao nosso lado a má sorte coberta de tristeza. Não fomos nós. Infelizmente não estamos sós. A fumaça das palavras alheias subiram não nos mataram, nos repeliram. Não precisamos olhar pra trás... Pois a nossa frente em cinzas... está tudo o que construímos. Ao lado só o reflexo distorcido da mesma perda entregue ao abismo. O que vai ser do nosso lar? Encontraremos o verde, o rio ,o mar? Talvez estejamos pedindo mais do mesmo... Convenhamos ser mais simples  a metade do que o inteiro. O barulho do fim iniciou por dentro saindo dos poros do pensamento. O que vai ser do nosso lar? Minha visão teima em turvar... Fico mais lento... Acho que estou a sangrar... O que vai ser do nosso lar? O ar pesa. Para meu respirar... Fui ferido. Mas ainda sim preciso... Do verde, do rio, do mar... Caí. Vejo o céu vermelho e o fog