Cedendo e percebendo



Eu entrego o não meu para que possas ter o seu...
Estou guardando o além do meu necessitar...
Para que a uma futura vontade sua possa saciar.
Paguei por aqueles que te deviam...
Para que nada te faltasse.
Não contei para que de mim tivesse amor e não piedade.

Fiz de você o envelope do meu dízimo...
E estou já estou ultrapassando a fidelidade...
Já é juros sobre juros...Pesando em minha realidade.

No meu comer e no meu vestir...
Eu não divido contigo.
Se reparar, a maior parte é sempre teu abrigo.
Não me perguntes a natureza de tudo isso...
Jamais!

Apenas aceite como sempre: sorrindo e confiante em mais.

Mas é certo que às vezes sinto falta...
De agradecimento receber...
Às vezes preciso de mais: que faças por mim o que faço por você.

De sacrifício entendo muito.
De falta entendo pouco.
Porém pela falta você esta a me ensinar...
Porque quando entrego não paro,
e fico a mercê...A desejar...

E que ninguém espera é que algo me falte.
Porque muito é me dado.
Não tenho labuta nem afeto que a ti iguale...
Mas por Deus... Nunca comigo disto fale!

Estou cedendo sem nota de pedido.
Pois sei ler os bilhetes de um aflito...
Que são escritos nas frases soltas ditas...
Aqueles suspiros moribundos que são dicas.

E tudo o que faço é na esperança que faças um dia...
Não comigo por regra...
Mas com um amigo.

Não prescrevo ao inimigo...
Pois deste remédio amargo não bebo.
Prefiro sucumbir na doença...
Do que ter tal amargor em minha garganta...
Por Deus, procure em outro lugar fé tamanha!

Se puder agrade melhor aos seus...
Evite me requerer tanto...
Sabes que sempre estarei aqui.
Tal como antes.

Perto ou longe de ti...
Sempre terei fé em sua pessoa.
Meu amor é minha confiança em ti...
Que um dia você se doa.

É meu perceber que chega por aquela falta.
Mas que nenhum tormento te traga...

Não precisa comigo disto falar...
Não procure soluções...
Apenas precisava desabafar...
Depois de ler, esqueça.
E aja como se nada soubesse do meu definhar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Retina inversa

Preciso de um tempo...

Cérebro